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Danças Brasileiras, já ouviu falar?

Danças Brasileiras, Manaus(AM) – Tribo Indígena Dessana

Convidei a professora e pesquisadora de dança Letícia Navarro para dialogar conosco sobre as danças brasileiras.

“As danças brasileiras são consideradas uma herança cultural do período em que o Brasil estava se constituindo como país. São heranças do encontro entre as culturas dos povos que já estavam no território, os indígenas e dos povos que chegaram, povos africanos, portugueses, holandeses, italianos, espanhóis, árabes e japoneses. Podemos falar em períodos entre os séculos XVII e XVIII, que ao longo do tempo passaram por influencias relacionadas ao desenvolvimento econômico, histórico e social do Brasil.
Desta forma, entendemos que as danças tiveram sua formação na união dessas culturas, somadas as atividades cotidianas, principalmente atividades em grupos, como significado de celebração, para contar as histórias de ancestrais e práticas religiosas.
Os historiadores e pesquisadores, não conseguem ainda identificar uma origem que seja considerada como única. Com o tempo esse conjunto de manifestações passaram por modificações e algumas até sumiram. Sendo importante lembrar que as danças brasileiras são reconhecidas hoje como patrimônio imaterial e cultural”.

Monteiro Lobato/SP, Dança da Catira – Foto divulgação
Maracatu em Bragança Paulista/SP
Cia. Malungos do Baque, Bragança Paulista – Foto Ariel Gricio

E Letícia segue elencando as danças brasileiras mais conhecidas e as que merecem ser resgatadas. “Quando pensamos em danças brasileiras, logo nos vem a cabeça o frevo, o maracatu, as festas juninas e o bumba meu boi. Afirmar que existe uma lista determinada é difícil, vai depender muito de qual região do Brasil essa pergunta é feita. Nas regiões norte e nordeste, a relação com as manifestações culturais é mais próxima. Em grandes metrópoles é mais difícil identificar a relação das pessoas com manifestações culturais que tenham uma ligação com ancestrais, tradições e crenças. O trabalho e o desenvolvimento econômico se fazem muito presente no cotidiano, tendo pouco espaço para outras atividades. Na região sul, as influências são principalmente de povos que mantém a tradição e é algo muito comum em suas famílias, assim fica mais fácil encontrar alguma manifestação que faça parte as danças brasileiras. No centro oeste e sudeste, essa relação ficou mais para as cidades do interior”.

Ela nos esclarece que em todos os cantos do país, existem manifestações culturais desta natureza e que elas sofrem mudanças de acordo com as características de cada local, descrevendo-as por região:

Região Norte – Carimbo, Marujada, Lundu, Retumbão, entre outras.
Região Nordeste – Frevo, Maracatu, Coco de roda, Fandango, Caboclinhos, Dança de São Gonçalo, entre outras.
Região Sudeste – Dança da Caninha Verde, Capoeira, Batuque, Jongo, Tamanduá, Caxambu, Ciranda, entre outras.
Região Sul – Fandangos, Pau de fitas, Xote, Vanerão, Chula, Milonga, etc.

Finalizo nossa conversa com uma indagação sobre a existência de preconceito com as danças brasileiras em relações a outras.

Convidada Especial: Letícia Navarro Professora e pesquisadora de dança, pós graduada em dança e consciência corporal, formada no curso técnico de dança – Escola Shiva Nataraj – atual NAE,
capacitação profissional do Forró
Instagram – @leticia_navarro_dance

“Historicamente identificamos que a cultura popular vem ganhando mais espaço, mas o processo é demorado e difícil. Considerando sua grandeza e importância, ainda estamos longe do ideal. O fato recente da cultura popular brasileira ter sido reconhecida como patrimônio cultural é uma vitória. Ao longo de nossa história, essas manifestações eram consideradas como algo ruim, julgadas e descriminadas por serem celebrações acompanhadas por batuques (herança africana) e assim, rotuladas como negativas. Diante desses fatores, por muito tempo essas manifestações eram proibidas, muitas vezes com a polícia invadindo o local. Conforme foram estabelecendo conexões com “religiões permitidas”, e modificando a maneira de realizar estas festas, foram recebendo aceitação e ganhando proporção. Celebramos o hoje com a alegria de termos vencido barreiras do tempo e pela certeza de um futuro ainda mais promissor”.

Leia mais sobre a Festa de Parintins

Acompanhe a coluna Dança, arte em movimento de Symone Coelho

Symone Coelho, é nutricionista, formada em Magistério da Dança (ênfase em ballet clássico, flamenco e jazz). Ministra aulas de ballet clássico e flamenco, criação coreográfica, terminologia e história da dança, além de produções artísticas ligadas a dança. Instagram – @/novare.dance/

Symone Coelho

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