Sambaquis, a ocupação humana no litoral brasileiro

Sambaquis em Cananeia
Sambaquis em Cananeia. Fotos Marcio Masulino

A ocupação humana no litoral brasileiro se deu há muitos milhares de anos. A principal prova desta ocupação são os sambaquis. Os sambaquieiros viviam da coleta de crustáceos, caça e pesca. Ainda não se sabe ao certo o por quê de depositarem em um determinado local, os sambaquis, os restos de suas presas.

Conchas e ossos foram amontoados ao ponto de formarem montanhas de até 30 metros de altura e 400 metros de extensão com as sobras não utilizáveis do que conseguiam. Há evidências também de ali depositarem ossadas humanas, talvez um indício de uma espécie de senso religioso.

O que se tem certeza é que muitos sambaquis foram destruídos quando da colonização portuguesa que se utilizava do material fossilizado que, junto com o óleo de baleia, conseguiam a liga necessária para a solidez estrutural na construção de edificações. Não raro, encontramos vários exemplares arquitetônicos que perduraram com essa característica construtiva. Os que restaram estão passando por processo de tombamento e estudados por universidades.

Sambaquis em Cananeia

A incidência maior dos sambaquis se dá no litoral dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Aqui, no caso, vamos falar sobre os sambaquis situados no Lagamar de Cananeia. Essas maravilhas, testemunhas de um tempo muito distante até para a população indígena, são vistas com muita clareza devido seu estado de conservação.

Alguns desses sítios arqueológicos podem ter até 8 mil anos de existência. Um dos mais interessantes é o sambaqui localizado na Ilha do Cardoso. O Gambriú Grande, como é chamado, está situado dentro do Parque Estadual da Ilha do Cardoso e pode ser o mais antigo do país.

Há também os sambaquis submersos que foram descobertos pelo Programa Arqueológico do Baixo Vale do Ribeira. No total foram identificados oito sambaquis. Esses sambaquis, outrora, foram construídos ao longo dos anos em que o mar ainda se encontrava recuado em 100 metros. Com o status atual, ou seja, submersos, sua preservação é maior, pois além de não sofrerem com a ação das intempéries, também não passaram pela destruição das mãos dos colonizadores.

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