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Revolução de 32 – A Mantiqueira sofre com a guerra

 

Revolução de 32 – Túnel da Mantiqueira, palco do conflito mais sangrento da guerra. Foto: Márcio Masulino

Era o dia 23 de março de 1932 quando Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes Sousa e Antônio Camargo de Andrade foram mortos em um confronto entre estudantes paulistas e apoiadores do governo Getúlio Vergas. Esse foi o marco ou a gota d’água para que os paulistas finalmente entrassem em uma luta desigual contra o autoritário governo de Vargas que, na época, tirou todos os poderes dos Estados e colocou interventores para comandá-los.

O que os paulistas reivindicavam era a promulgação de uma nova constituição, por isso o nome “Revolução Constitucionalista de 1932”. Getúlio subiu ao poder em 1930 por meio de um golpe que derrubou Washington Luís e impediu que o próximo presidente eleito, o paulista Júlio Prestes, assumisse o posto, passando então a governar sem uma constituição formal. São Paulo contava com Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso para engrossar o contingente e avançar suas tropas em direção à então capital, Rio de Janeiro. Com essa convicção, os paulistas partiram, em 9 de julho, para a luta armada, mas não contavam com a desistência de mineiros e gaúchos.

Revolução de 1932 – Tropa paulista embarcando para o combate

Foram sufocados pelos federalistas nas cidades fronteiriças com Minas Gerais. Muitos morreram e muitas cidades do Estado foram bombardeadas pelos “vermelhinhos”, aviões da Força Aérea. Hoje, essas cidades que viveram em seu território uma parte da revolução, guardam em museus, ou mesmo em suas casas, as tristes lembranças de combates entre compatriotas. São Paulo foi esmagada e fatalmente humilhada perante a nação; com o colapso de sua defesa, os paulistas se renderam em 2 de outubro de 1932, na cidade de Cruzeiro, para as forças chefiadas por Góis Monteiro. Porém, dois anos depois, Getúlio Vargas finalmente promulgou a nova Constituição.

A Mantiqueira

As cidades da Mantiqueira foram severamente atingidas, a exemplo de Piquete e sua fábrica de pólvora “Sem Fumaça”, dominada pelos federalistas. Campos do Jordão se tornou base fronteiriça. São Bento do Sapucaí ainda guarda algumas marcas no solo, como a Trincheira do Quilombo e o museu onde há memoráveis registros, como o que diz: “Um fato impressionante de São Bento do Sapucaí foi que a cidade levou mais tempo do que outras para ser avisada de que a guerra havia chegado ao fim.

Houve inclusive uma batalha travada contra soldados mineiros depois do fim da guerra, por pura falta de informação…”. Em Pindamonhangaba, a presença do tenente-coronel Júlio Marcondes Salgado com seus feitos heroicos é até hoje lembrada. De Monteiro Lobato, o próprio escritor foi considerado na época um dos grandes intelectuais brasileiros que colaborou com fervor para a causa paulista.

Juscelino Kubistschek na Santa Casa de Passa Quatro

Em Passa Quatro, situa-se um dos pontos mais nevrálgicos desse conflito, mais precisamente no Túnel da Mantiqueira (Garganta do Embaú), onde a cidade mineira foi libertada pelas tropas getulistas para assim tomar um dos principais acessos à capital, Rio de Janeiro, fato que é uma referência no acervo desta Revolução. Hoje, quem faz o passeio do trem da Mantiqueira atravessa o túnel em que muitos paulistas e mineiros morreram.

Para saber mais visite estes museus:

São Bento do Sapucaí
Museu da Revolução
Onde: Estrada do Quilombo, 1.403 – (12) 3971-2686.

Bragança Paulista
Museu Oswaldo Russomano
Onde: Coronel João Leme, 520.

Passa Quatro
Mundo da Miniatura
Onde: Rua Saboia Lima s/n.

Museu de Bragança
Coleção do Museu Municipal Oswaldo Russomano
Marcio Alves

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