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Museu de Cluny – Paris

Fachada do Museu Cluny – Fotos Nathália Weber

Museu de Cluny – Paris

O Museu de Cluny é mais uma das inusitadas surpresas da cidade de Paris. A cada esquina ou nas ruas estreitas nos deparamos com patrimônios que nos deixam de queixo caído. O Museu de Cluny, fundado em 1843, é uma delas. Aqui, mais um exemplo de valorização do passado e preservação que culminam no turismo e mais empregos.

O mais interessante do Museu de Cluny está na disposição e na proposta do local. Abaixo, as Termas Romanas, acima um museu com peças medievais. Aos amantes de história, da arte e da cultura em geral, o Museu de Cluny oferece um rico acervo de coleções em um espaço antes ocupado pela Antiguidade. Na realidade, o Museu de Cluny, como é conhecido, é o Musée National du Moyen-Âge.

Ordem de Cluny

A Ordem de Cluny, católica, foi originada em Cluny, cidade fundada em 910, por Guilherme I, o Piedoso doador das terras para erguer um mosteiro que ficasse a parte de todas as intervenções externas que a igreja estava submetida. A Ordem de Cluny surgiu dentro da Ordem de São Bento quando da reforma espiritualista da própria Igreja Católica que, no século X, se encontrava ligada mais ao materialismo político.

Assim sendo, os monges de Cluny seguiram as Regras de São Bento escritas por Bento de Núrsia do século VI. Tal a organização e suas diretrizes fizeram com que a Ordem de Cluny se espalhasse para outros lugares da Europa. Esta expansão foi denominada de Reformas Cluníacas.  Em 981, a Ordem de Cluny foi consagrada pelo papa Gregório V e perdurou até a Revolução Francesa, quando seus bens foram sequestrados, seus mosteiros derrubados e seus imóveis vendidos.

A edificação

O Museu de Cluny está instalado onde eram as Termas Galo-Romanas datadas dos séculos I e III d.C e, posteriormente, a residência dos Monges de Cluny, datada do século XV. O hotel de Cluny, como era chamado, foi edificado em arquitetura gótica e renascentista, por Jacques d’Ambroise e é o único mosteiro neste estilo que está em pé na cidade de Paris. Além do belo prédio, outro destaque são os 5 mil² de jardins ao estilo medieval.

A localização

O Museu de Cluny está localizado no Quartier Latin. O Quartier Latin possui esse nome por abrigar o Colégio de Sorbonne fundado em 1257, atual Sorbonne Université. Como, na época, o latim era a língua usada no ensino, o bairro, que sempre foi frequentado por estudantes, recebeu o nome de Bairro Latino.

O acervo

Trabalho em marfim, cofre de 1330

A concepção de um museu surgiu quando o residente do local, Alexandre du Sommerard (1779 – 1842), arqueólogo, passou a colecionar peças da Idade Antiga, Idade Média e Renascença. Nas suas 20 salas, podemos ver objetos coletados da romanização da Gália e dos povos bárbaros e outros de regiões como Ásia Menor, Egito, Império Bizantino e Espanha, objetos esses exemplificados em joias, pinturas, cantarias, vitrais, tapeçarias, bordados, tecidos, armas, esculturas góticas (principalmente de lugares saqueados durante a Revolução Francesa), peças resgatadas das abadias de Sainte-Geneviève e Saint-Germain quando estas foram demolidas e outras em marfim e metal, como as Coroas de Guazarrar de Toledo, Espanha.

A Dama e o Unicórnio

A tapeçaria A Dama e o Unicórnio ou La dame à la licorne, possui uma mística inexplicável. O que se sabe é que foi feita em Flandres, nos anos de 1490, porém seu autor é desconhecido. Entretanto, não se trata apenas de uma tapeçaria, A Dama e o Unicórnio é composta por seis peças que representam os sentidos: paladar, visão, olfato, tato, audição e mais uma, a Mon Seul Désir que é a maior e representa (dentre muitas interpretações) a renúncia das paixões.

As Termas Romanas

Quando Paris, ainda era chamada de Lutécia pelos romanos, a cidade era um centro em desenvolvimento e recebeu várias construções para os aristocratas romanos se estabelecerem. As Termas Romanas era uma edificação de laser e centro de discussões políticas da época. Atualmente, muito bem preservada, podemos observar a arquitetura desse tipo de edificação e sua decoração em pedras. É um dos sítios arqueológicos do período romano mais representativo da França.

Onde: 28 Rue du Sommerard – Paris.

Nathalia Weber

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