Com mais de mil peças, a exposição revisita a memória afetiva da infância brasileira por meio de brinquedos icônicos e mobiliários das décadas de 1940 a 1980;
O Farol Santander São Paulo abre a temporada de férias com uma exposição que convida à Uma Viagem ao Mundo dos Brinquedos, mostra que reúne mais de mil peças representativas da história da indústria do brinquedo no Brasil. São bonecas, jogos, carrinhos, figurinhas, autoramas, robôs e muitos outros itens que marcaram época. Com curadoria de Gandhy Piorski e acervo da pesquisadora e colecionadora Ana Caldatto, a mostra ocupa a galeria do 22º andar do edifício ícone do Centro Histórico e segue em cartaz até 1º de março de 2026.
Ao revisitar brinquedos icônicos que impactaram gerações de brasileiros, a exposição convida os visitantes de todas as idades a reconhecer a importância do brincar. A experiência integra o circuito de visitação do Farol Santander São Paulo, que reúne exposições, arquitetura, história, gastronomia e vista panorâmica da cidade.
“A exposição Uma Viagem ao Mundo dos Brinquedos propõe um mergulho sensível e afetivo pelas infâncias brasileiras entre as décadas de 1940 e 1980, período em que os brinquedos refletiam — em forma, cor e função — as transformações culturais, sociais e tecnológicas do país.” comenta Bibiana Berg, head sênior de Experiências, Cultura e Impacto Social do Santander Brasil.
A curadoria parte da ideia de que o brinquedo é ao mesmo tempo criado pela cultura e recriado pela imaginação da criança. “Brincar é uma lavoura imaginária, onde a criança planta as sementes de si”, afirma o curador, Gandhy Piorski. Segundo ele, cada peça exibida carrega o reflexo de seu tempo – dos hábitos domésticos aos sonhos tecnológicos, da manualidade à ciência, do afeto familiar à cultura pop – revelando como diferentes épocas moldaram os modos de brincar no país.
Organizada em três núcleos, a mostra apresenta brinquedos produzidos entre os anos 1940 e 1980, período de expansão da indústria brasileira e de grandes mudanças sociais, econômicas e comportamentais. Para potencializar essa viagem no tempo, a exposição tem ainda ambientações com mobiliário e objetos de época, recriando contextos familiares e urbanos.
Entre as raridades estão a coleção de bonecas Susi, lançadas em 1966 e transformadas em modelos exclusivos brasileiros a partir de 1969. Além disso, os visitantes vão encontrar o Forte Apache Casablanca, brinquedo clássico de Velho Oeste e que foi muito popular no Brasil nas décadas de 1960 e 1970, com figuras de índios e caubóis, cavalos, cabanas e o forte em si, simulando o conflito histórico entre o Exército Americano e os Apaches.
O nascimento da indústria e os primeiros imaginários
O período revela brinquedos associados ao cuidado da casa e às convenções de gênero, além de influências da corrida espacial, da Guerra Fria e dos primeiros filmes de espionagem. São eles: bonecas de pano, borracha, baquelite e plástico, brinquedos de lata litografada, jogos de madeira e soldadinhos de chumbo.
Entre os destaques está a primeira boneca Emília, inspirada na personagem do Sítio do Pica Pau-Amarelo, confeccionada em feltro e que foi vendida exclusivamente nas lojas Mesbla. As famosas casas de lata também estão entre os objetos principais, além de miniaturas de utensílios domésticos, como panelas.
Espaço dedicado aos brinquedos de microscópios, kits de química, máquinas de costura, jogos elétricos e conjuntos de engenharia que aproximam a tecnologia e a imaginação. Os objetos estimulam a curiosidade científica e a experimentação, transformando o ato de brincar em exercício de criação e investigação.
A evolução das bonecas também se faz presente, com destaque para a primeira boneca fashion doll do Brasil, a “Susi Olhos Pintados”, que foi produzida com roupas, chapéus, maquiagens e acessórios. Os robôs produzidos no Brasil também ganham espaço na popularidade entre os preferidos da época. O núcleo ainda exibe uma rara miniatura do “Postinho Esso”, produzido em madeira.
Com a produção em larga escala e o surgimento de novos materiais, os brinquedos passaram a circular por todo o país. Bicicletas, skates, autoramas, figurinhas, jogos de botão, bonecas de papel e eletrônicos convivem com o início dos videogames. O brincar ganha as ruas, reforçando as relações comunitárias e a troca entre crianças.
Neste ambiente, entre os destaques, estão os primeiros videogames produzidos e comercializados no Brasil, como o Telejogo Philco e o Atari, além dos famosos walk talk. As bonecas e bonecos com articulações e automatizações, como botões e pilhas, também são referências neste período, bem como os carrinhos com sistema de locomoção automáticos. Em 1982, chega a primeira Barbie produzida em solo nacional, outro destaque deste núcleo.
Com mais de quatro décadas dedicadas à coleção, Ana Caldatto é hoje uma referência nacional no estudo e preservação dos brinquedos brasileiros. “Me sinto uma colecionadora de emoções”, resume, ao explicar que cada peça carrega marcas de uso, memória do brincar e tem o poder de nos transportar a uma viagem ao tempo. Seu acervo abrange itens desde os anos 1920 até os dias atuais, com foco nos brinquedos das décadas de 60, 70 e 80 – período em que o plástico democratizou o acesso ao brincar.7
Período: 28 de novembro de 2025 a 01 de março de 2026
Local: Farol Santander São Paulo – Galeria do 22º andar
Endereço: Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo/SP
Funcionamento: Terça a domingo, das 9h às 20h
Ingressos: R$ 45,00 (inteira) / R$ 22,50 (meia) – disponíveis pelo site farolsantandersaopaulo.com.br e na bilheteria local.
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