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O Império Inca nas terras inóspitas dos Andes

Machu Picchu -Fotods: Márcio Alves

Império Inca

Uma das mais fascinantes civilizações antigas, os Incas constituíram um império na América do Sul em lugares inóspitos como a Cordilheira dos Andes e sobreviveram até o domínio espanhol. Seus conhecimentos na agricultura, metalurgia, engenharia e astronomia intrigam até os mais experts nessas ciências.

A capital do Império Inca estava localizada na cidade Cusco, Peru. Cusco, na língua quíchua significa Umbigo do Mundo. O território Inca passava pelos atuais países: Peru, Equador, Bolívia e partes da Argentina, Colômbia e Chile. Como todo império, esses territórios foram dominados ao longo dos séculos XIII, XIV e XV (século de seu apogeu), agregando outros povos, com vários idiomas (cerca de 700, sendo o aimará e o quíchua como principais) e diversidade cultural.

Organização administrativa territorial

Todo o território inca era dividido em quatro Suyus, e todos com fronteira com Cusco. Esse tipo de organização era comum nas civilizações da Mesopotâmia, China e Índia. O Sapa (imperador), de maior destaque foi Pachacuti (1408-1474), porque, além de conquistar muitos territórios, como Collao, é retratado em vários hinos e poemas. Entre suas proezas está a construção de estradas que ligavam todo o império, o que facilitou em muito o comércio e a defesa. Incentivou também técnicas elaboradíssimas de irrigação nas terras, que proporcionou um enriquecimento enorme.

Moray: laboratório agrícola dos Incas

Agricultura

Em terras altas, a cultura Inca se espalhou e com ela as técnicas da agricultura. Considera-se que plantavam setecentas espécies, entre elas a batata, o pimentão, o milho, a quinoa e a coca. Eles foram os percursores na técnica de plantação em curva de nível. Em vez de semearem nas encostas das montanhas, ele faziam terraços, nivelando o solo em grandes degraus. O resultado é que tanto a água quantos os minerais e matérias orgânicas não escorriam com facilidade, o que possibilitava estes nutrientes fixarem-se no solo. Para isso, os Incas desenvolveram ferramentas como o arado com pontas afiadas, que revolvia a terra com mais facilidade.

Estradas

Uma das grandes obras da cultura Inca foi a construção de estradas, abertas por todo o império. Além de maior acesso para a defesa do território, por meio delas, o transporte via lhamas distribuía com eficácia a produção agrícola. Além da distribuição de alimentos, acesso às terras produtivas, as estradas foram fundamentais à expansão territorial.

Lhamas no interior de Machu Picchu

Lhama

Originária da América do Sul, na Cordilheira dos Andes, a lhama possui uma pelagem lanosa e foram domesticadas pelos Incas. Elas são um dos pilares para o desenvolvimento do império, pois servia de meio de transporte, fornecia lã para o vestuário e carne para a alimentação.

Engenharia

Para defesa do território, os Incas ergueram muitas fortalezas ao longo do seu domínio. Muitas são conhecidas, como a Sacsayhuaman em Cusco. Essas construções chamam a atenção em relação ao corte das pedras em forma octogonal, que se encaixam perfeitamente. Além de Cusco, outras fortalezas ainda podem ser conhecidas: Ollantaytambo, Machu Picchu e Quitoloma. Destaque também para o planejamento das principais cidades com avenidas largas atravessadas por ruelas e, ao centro, uma praça com templos.

Astronomia

A admiração aos corpos estelares não é um atributo dado apenas aos Incas. Porém, colocar suas observações criando uma ciência, foi para poucos. Os Incas foram exímios astrônomos. Por meio de estudos das constelações e dos movimentos do Sol e da Lua, conseguiram criar uma ligação direta com a agricultura e estabelecer o ano solar (365 dias) e o mês lunar, corrigindo-os em suas nuances. Um exemplo é o Relógio do Sol situado em Cusco. O conhecimento das constelações de Escorpião e Órion, assim como o solstício de inverno já faziam parte do calendário religioso.

Sociedade

O Sapa (imperador) era o poder supremo e abaixo dele, os sacerdotes. Nas cidades, as castas eram: ayllú real, responsáveis pela gerência do palácio, do exército e religião; os intermediários, como especialistas em áreas diversas e funcionários do governo; a classe baixa com os camponeses e artesãos, ambos pagadores de tributos.

Religião

A mitologia Inca tem como grande criador Viracocha que do barro moldou o ser humano. Seus principais deuses eram Inti (Sol), seu filho Manco Cápac e sua filha Mama-Quilla (deusa da Lua e da fertilidade). Apesar de serem irmãos, Cápac e Quilla eram casados e foram enviados a Terra por Inti para acharem um lugar para criar um reino. Quando encontraram terras promissoras, chamaram-na de Cusco que significa “Umbigo do Mundo”. Não podemos nos esquecer de Pacha Mama, Mãe Terra. Essa deusa refere-se ao tempo, à cura das dores e também da sustentação da vida.  A consulta aos oráculos era prática comum e os sacrifícios habituais. Durante o ano havia várias festividades religiosas, como 1° de agosto, dia de celebração à Pacha Mama.

O rei inca Pachacutec na fonte na Plaza de Armas

Queda do Império

Até a chegada dos espanhóis, os incas eram absolutos e detinham grande riqueza em ouro e prata. As disputas internas pela sucessão do poder abaixou a guarda civil e militar deste império, no mesmo momento em que Francisco Pizarro, em 1532, invadiu Cusco e depois, em um acampamento, prendeu o então imperador, Athaualpa. Assim sendo, os espanhóis invadiram, massacraram e extraíram todo o ouro e prata que puderam, carregando seus galeões rumo à Europa. Nas mãos espanholas o império Inca e sua cultura foi sufocada e extinta.

Renata Weber Neiva

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