História, lançamentos e inovação do Salão do Automóvel

O Salão do Automóvel, um dos maiores eventos do setor automotivo da América Latina, retorna este ano ao Pavilhão de Exposições do Distrito Anhembi, em São Paulo, onde foi realizado pela primeira vez em 1970, ano de inauguração do complexo de eventos.

“A volta do Salão do Automóvel ao Anhembi acontece após a concessão do complexo, que permitiu a renovação dos espaços e a modernização da infraestrutura”, destaca Gustavo Pires, presidente da São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos que realizou o processo de concessão). “O mercado automobilístico vive um período de expansão e inovação, e eventos desse porte movimentam não só o setor, mas toda a cadeia do turismo e da economia paulistana”, afirma o presidente.

Foto: Acervo/SPTuris

Com a concessão e as obras de modernização, o Pavilhão de Exposições do Anhembi passou a ter 76 mil m², com capacidade para receber até cinco eventos simultâneos e uma nova disposição estratégica de banheiros e setores em todo o local.

A história do Salão é marcada por grandes lançamentos. Em 1970, foram apresentados modelos como o Dodge Charger V-8, o Alfa Romeo 2150 da FNM, o Corcel GT, o Galaxie Landau, o Karmann-Ghia TC, além dos TL e Variant da Volkswagen.

Em 1972, com 236 expositores, o Salão ganhou projeção internacional e apresentou o Dodge 1800, Maverick, Chevette, Puma GTB, SP-2 e MP Lafer, além do Kadykete, o primeiro veículo elétrico brasileiro produzido em grande quantidade. Já em 1978, o evento atraiu um público recorde de 780 mil pessoas e marcou um ano de destaque para o setor, com oito milhões de veículos produzidos pela indústria automobilística nacional, segundo a Folha de S.Paulo.

Nos anos 1980, o setor passou por grandes transformações. Em 1986, os carros a álcool dominaram 96% das vendas no país, mas a indústria nacional ficou de fora do evento devido a impasses entre a Anfavea e os organizadores, que contou apenas com empresas estrangeiras. Já em 1988, a indústria brasileira apresentou os primeiros veículos com injeção eletrônica, como o Monza FI da GM e o Gol GTI da Volkswagen.

A década de 1990 marcou a abertura econômica e a presença em massa de montadoras estrangeiras. Nesse ano o evento reuniu 330 expositores e 711 mil visitantes. Dois anos depois, nacionais e importadas dividiram espaço na feira refletindo o novo cenário automotivo. Em 1994, os carros populares ganharam destaque ao lado dos modelos de luxo. Já em 1998, mesmo com a crise enfrentada pelo setor, o evento atraiu cerca de 500 mil visitantes.

Uma edição que ficou na memória foi a de 2004, com o Nissan Xterra da empresa norte-americana HPC (High Protection Company). Além da blindagem tradicional, o veículo trazia lança-chamas e bocais que vaporizavam gás pimenta, itens proibidos no Brasil, mas usados em países em guerra, como o Iraque, para proteger civis. A proposta era mostrar como pessoas em zonas de conflito se defendem no dia a dia.

Em 2014, o Salão do Automóvel de São Paulo, ainda realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, passou a oferecer test-drives, com uma área dedicada no Sambódromo do Anhembi, atraindo 756 mil pessoas.

Após sete anos fora do Anhembi, o Salão do Automóvel 2025 volta ao local histórico, de 22 a 30 de novembro, ocupando cinco pavilhões e com expectativa de mais de 700 mil visitantes. A edição promete lançamentos de carros elétricos, híbridos e a combustão, além da entrada em massa de montadoras chinesas no mercado brasileiro.

Imagem destaque por Divulgação 

Texto por agência e edição de Isadora Lacerda