Fórum Panrotas 2024 ressalta a presença do futuro no turismo brasileiro

A 21ª edição do Fórum Panrotas, que aconteceu nos dias 05 e 06 de março no WTC Events Center, em São Paulo/SP, celebrou o 50º aniversário da Panrotas, empresa referência na comunicação com o profissional de turismo. Com uma programação repleta de palestras com personalidades do trade e participações especiais, o evento trouxe como assunto praticamente unânime a importância da Inteligência Artificial na área do turismo e a importância do ramo adequar suas demandas a esse novo cenário.

Divulgação / Panrotas

O primeiro dia do evento mesclou discussões técnicas e descontraídas. A atriz e empresária Giovanna Antonella falou sobre soluções que podem estar a nossa frente e não seguimos por valorizar opiniões negativas sobre nossos projetos. Já Claudia Neufeld, VP de Marketing na The Walt Disney Company Brasil, além de explicar a história da empresa, a sinergia entre as suas diferentes marcas e produtos, trouxe com exclusividade dois personagens da Disney para o evento, Mickey e Minnie, encantando os participantes.

Outro destaque foi o painel sobre o poder da distribuição na América Latina, que contou com a participação ilustre de Leonel Andrade (CEO CVC Corp), Marcelo Cohen (CEO Befly), Marcelo Grether (Chief Commercial Officer Grupo Decolar) e Orestes Fintiklis (vice chairman Mondee). Com grande riqueza de informações, Fintiklis discorreu a respeito do B2B e provável instalação da empresa na região, principalmente no Brasil, por entender o país como grande oportunidade. “A única maneira de vender com promoção sem canibalizar os canais diretos é por meio das agências de viagens e consolidação”, comentou o executivo da Mondee. Arcelor Grether, afirmou manter a direção da Decolar e anunciou o lançamento de Sofia, sistema de atendimento com Inteligência Artificial recém lançado. Marcelo Cohen assegurou que a Befly pretende manter a mesma estratégia, enquanto Andrade enfatizou a importância das lojas físicas da CVC.

As palestras trouxeram informações importantes de políticas públicas e economia e também não podemos deixar de destacar o ato pela permanência do PERSE e a linda homenagem aos 50 anos da Panrotas. O dia finalizou com um agradável happy hour na piscina do Sheraton.

O 2º dia manteve o enfoque do uso da tecnologia no turismo, mas começou com geopolítica, com o Professor HOC, Heni Ozi Cuckier, sinalizando o impacto direto de qualquer mudança no panorama mundial no turismo no Brasil. Um dos momentos mais esperados do evento foi a presença do publicitário Nizan Guanaes, que abordou momentos de sua carreira e enfatizou o olhar no futuro, lembrando os desafios que sempre surgirão no início de cada projeto e podem fazer o empreendedor desistir.

O painel sobre venda no entretenimento no canal B2B reuniu Murilo Pascoal (CEO do grupo Beach Park), Lizete Ribeiro (CEO Grupo Tauá de Hotéis e Resorts), Alessandro Cunha (CEO Aviva) e Alexandre Zubaran (CEO Enjoy Hotéis e Resorts). Pascoal trouxe novidades nos empreendimentos do grupo, acolhendo demanda de entretenimento noturno e uma parceria emocionante que terá como foco o ecoturismo e preservação das aves da região. Já Ribeiro destacou a novidade da entrada do grupo em João Pessoa/PB e a importância da estada de media/longa duração.

Patrícia Thomas, diretora de Vendas Corporativas da Omnibees, trouxe em seu painel sobre tarifa média, ocupação e regiões, muitos gráficos de destinos mais procurados de lazer e corporativos entre outros. Enquanto Carol Sass de Haro, sócia-diretora da Mapie, abordou a sustentabilidade em viagens e destacou pesquisas que mostram disparidades entre a aceitação dos viajantes acerca do tema e o quanto ele é efetivo na consumação da compra. Ela também intermediou um debate com Pablo Toledo (CMO da BYD) e Oskar Kedor (CEO da Mobility, que falou sobre a experiência prazerosa no uso do carro elétrico e importância da conscientização do produto, enquanto Toledo acredita que vivemos no Brasil uma fase de transição para o mercado de veículos eletrificados, no qual o veículo híbrido ganha destaque.

Simon Mayle, diretor da ILTM Latin America, mediou um debate sobre Viagens de Luxo, com Fernanda Fehring (diretora da FFTravels), Bruno Vilaça (diretor da Superviagem) e Maurice Padovani (diretor executivo da Primetour). Fehring afirmou que atualmente o hóspede busca pela experiência e que “as pessoas sabem exatamente o que querem”, enquanto os filhos, com maior aceso às redes sociais, têm tido grande influência na escolha de viagem que os pais fazem. Vilaça pontuou o papel do agente de viagem, que “é quase influenciar o cliente”, e revelou que, depois da Europa, a Ásia é a bola da vez, apesar de reforçar que o cliente brasileiro aprendeu a viajar pelo País após a pandemia. Padovani reforça que a alta das tarifas não afeta grupo “supermilionários”, mas impacta na classe “rico regular”, que mudou a forma de viajar. Dessa forma, é preciso encontrar um equilíbrio nas tarifas.

O último painel, bastante esperado, teve o jornalista e apresentador da CNN Brasil William Waack, mediando o debate com os CEOs das empresas aéreas brasileiras. Celso Ferrer da GOL Linhas Aéreas falou sobre a recuperação da empresa, que recentemente anunciou a entrada no Chapter 11. Apontou o não crescimento do setor às dificuldades da pandemia e às mudanças de câmbio, mas assegurou a transparência nessa etapa da empresa e comemorou os bons resultados na criação de novas rotas. John Rodgerson, da Azul Linhas Aéreas, disse que a empresa está focada no crescimento, mas ressaltou as dificuldades no alto custo do combustível no Brasil e da disponibilidade de aeronaves no mundo. Jerome Cadier, da Latam Airlines, reforçou que a compra de novas aeronaves é algo relevante, mas que deve ocorrer de acordo com a demanda e oportunidades. Também foi levantada a relevante questão sobre em qual medida o Estado Brasileiro deve socorrer o setor. Rodgerson afirmou que ninguém está pedindo subsídio, enquanto Cadier reforçou a respeito de revisão de custos e não de subsídio, explicando que a Latam está saudável e consegue crescer, mas que o Brasil tem entraves regulatórios que dificultam as operações. Ferrer disse que lutaram muito pela reforma tributária e que acredita que um subsídio poderia gerar distorção, o que não é bom. Também, assim como os demais, reforçou como um dos grandes problemas no setor os altos custos de combustível.

Após o encerramento das palestras, o evento finalizou com uma agradável festa de encerramento, cuidada pelo DJ Zé Pedro. Mais uma vez o Fórum Panrotas ofereceu um evento fantástico, que conciliou conteúdo e networking de forma perfeita para os participantes. Aguardamos ansiosamente pela 22ª edição!