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A saborosa culinária nordestina

Acarajé – Foto Márcio Filho

Raízes, frutas, castanhas, ervas, tubérculos (mandioca, inhame), pimentas (redonda, comprida, verde, vermelha, pequenas e grandes), palmito, mel de abelha (as abelhas eram comidas assadas sobre pedras), sal (salinas naturais, areia impregnada de sal), em conjunto com alimentos provenientes da pesca e da caça, faziam parte da culinária indígena neste território. A paçoca feita com amendoim e o beiju, com massa de mandioca (originou a tapioca), são exemplos de sua influência. A fermentação do milho, da macaxeira, do caju, da mangaba, da jabuticaba, eram utilizadas pelas tribos no preparo de cauim, bebida alcoólica tradicional dos povos indígenas desde os tempos pré-colombianos.

Feijão Verde – Foto Daniele Daly
Buriti – Foto Edinaldo Maciel
Camarão – Foto José Rauryson Bezerra

Com a chegada dos portugueses no início do século XV, e a forçosa imigração africana de diversas partes do continente, outros costumes e ingredientes foram se somando aos habituais. A carne suína e as espécies de galinhas foram trazidas pelos colonizadores, assim como o dendezeiro (árvore de origem africana) que fornece os frutos para a produção do azeite de dendê.
É importante ressaltar que os africanos escravizados vinham de diferentes regiões da África, cada qual com sua cultura e hábitos alimentares, o que diversificava ainda mais a influência cultural sofrida na região.

Invasores como os holandeses, franceses, ingleses e espanhóis e posteriormente imigrantes japoneses, italianos e de outras partes do mundo também contribuíram para a riqueza de sabores, cores, texturas e aromas da culinária nordestina.

Interessante ressaltar a influência das grandes plantações de cana-de-açúcar na culinária regional, diretamente nos doces, na rapadura e na aguardente.

A Região Nordeste engloba nove Estados, que obviamente, se diferem em seus costumes: Sergipe, Ceará, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Bahia e Piauí. As maiores diferenças estão entre as cidades litorâneas e a caatinga, em função dos frutos do mar que se destacam no litoral e os pratos mais calóricos e apimentados do interior.

Os pratos mais famosos do nordeste são: acarajé, vatapá, sarapatel, moqueca de peixe, buchada de bode, baião de dois, tapioca, fritada de siri, caruru, cuscuz de milho, maria isabel, arrumadinho, caruru, queijo coalho (típico do nordeste) , carne-de-sol (antigamente era salgada e colocada para secar ao sol), paçoca de carne seca (farinha de mandioca, cebola e carne seca moída).

Os doces típicos da culinária nordestina: Mugunzá (canjica para a Região Sudeste e Sul do país), Pudim de Tapioca com coco, Torta Búlgara (chocolate em pó, manteiga, açúcar e leite), Sequilho com Doce de Leite, Bolo de Rolo recheado de doce de goiaba, Pamonha doce, Cocada, Doce de Banana com creme de leite, Banana Frita com Canela, Caju em calda, Pé de Moleque, Cartola (banana, queijo coalho e canela), geleia de Umbu, Doce de Canjiquinha (Lelê), Bolo Souza Leão (mandioca, leite de coco, manteiga e açúcar) e lógico, a rapadura.

Acarajé: uma herança da cultura africana no Brasil. Feito com feijão fradinho, pimenta, alho, sal, gengibre e recheado de camarão. O segredo está na fritura que deve ser com azeite de dendê, outra herança dos irmãos africanos.

Tapioca: Os índios brasileiros a criaram a partir da fécula da mandioca. Criou-se uma massa que posteriormente foi aperfeiçoada pelos portugueses até se chegar à forma e gosto da tapioca que conhecemos.

Baião de Dois: O nome do prato é inspirado na música Baião de Dois de Humberto Teixeira e o mestre Luiz Gonzaga, mas sua criação se deve à seca que afugentava os cearenses. Com os ingredientes que haviam, feijão, arroz, carne seca e queijo coalho, formou-se um dos pratos mais famosos da Região Nordeste.

Sarapatel: Nascido no Alto Alentejo, em Portugal, o prato feito de vísceras de porco, bode ou carneiro e cozidas no sangue do próprio animal, recebeu no Nordeste, um tempero ainda mais saboroso.

Vatapá: Camarão, pão, fubá, farinha de rosca, castanha de caju, pimenta, leite de coco, amendoim e azeite de dendê formam um creme para ser servido com arroz ou usado para incrementar o Acarajé.

Caruru: É um cozido de quiabo (origem africana) com camarão, castanha, leite de coco, amendoim, azeite de dendê, cebola, tomate, pimentão e farinha de mandioca.

Maria Isabel: É um arroz típico do Piauí que leva carne seca, cebola, pimentão, cheiro verde, alho e pimenta-do-reino.

Moqueca de Peixe com Pirão: Em panela de barro, cozinha-se o peixe com outros frutos do mar, leite de coco, azeite de dendê e diversos temperos, como coentro e pimenta. Já o pirão utiliza o caldo proveniente do cozido, misturado com farinha de mandioca.

Arrumadinho: Feijão de corda (típico do Nordeste), farofa, manteiga de garrafa, vinagrete, carne de sol (ou charque desfiada) e pirão de leite.

Marcio Alves

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