Africanos em Bragança Paulista

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Normalmente, quando nos referimos a imigração, não mencionamos um dos primeiros povos a vir para o Brasil, independentemente de ter sido por vontade própria ou por causa da escravidão: os africanos. Depois de subjugada, a raça negra foi a que mais deu sustentáculo ao desenvolvimento do país. Contando literalmente com seu suor e seu sangue, pudemos produzir primeiro a cana-de-açúcar e depois o café. Sem essas mãos e suas crenças, o Brasil não teria sua personalidade de molejo, cadência e força para superar obstáculos. Não nos cabe aqui dissertar sobre todas as influências africanas já enraizadas, mas daremos destaque a um ramo dos vários e inúmeros descendentes dos reinos que aqui deixaram seus herdeiros: a nação Nagô Omirere.

 

Candomblé Nagô Mirere no Brasil

Africanos em Bragança Paulista
Tatalorixa Bil de Sángô do Ilê Soba

O povo nagô foi um dos últimos a vir para o Brasil, pois resistiram por muito tempo em Oyo, na África. Eram estrategistas e tinham um exército bem organizado. A primeira negra Nagô Mirere que pisou em solo brasileiro foi Ya Massú, fundadora do primeiro candomblé Nagô Mirere na Baixa do Sapateiro em Salvador, Bahia. A casa de mãe Massú foi herdada por pai José e mãe Maria.

E, dessa dinastia alastrada pelo Brasil, veio para Bragança Paulista Casimiro Gomes de Oliveira, conhecido como Miro de Sobá, iniciado na casa de Mané de Sángò em Caruaru, Pernambuco. Junto com a Yalorisa Elza de Yemonjá Ogunté e seu Asipa Nazareno de Yemonjá Paraná, fundou o primeiro candomblé da família Mirere no Estado de São Paulo, em 1970. Atualmente o herdeiro dessa casa é Severino Ferreira da Silva, conhecido como Pai Bil de Sángò (Grão Babalórisa), que comanda todas as atividades com Babá Gabola (Nodawí) e a Yalorisá Ângela (Daríju).

Ramos de Miro de Sobá: Sorocaba, Taipa, Brasília, Poços de Caldas, Uberaba, Sumaré, Barbacena e Extrema.

Fonte: Sángò Airá

Participar da preservação da cultura, da crença e do folclore africano é talvez a melhor contribuição histórica ao passado brasileiro que o Omirere registra em palestras e festas. Suas atividades envolvem toda a cidade em comemorações e festejos que revisitam o passado de forma substancial e, vencendo paredes, ganham as ruas.

 

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