Turismo potiguar: descubra a Rota das CaveRNas

Prometendo integrar o turismo sustentável no oeste do Rio Grande do Norte, esse projeto é uma rota que passa por cinco municípios e engloba atividades como exploração nas cavernas e visitas de centros históricos, sítios arqueológicos e mirantes 

Segundo o Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro, o estado ocupa a quarta posição entre aqueles que mais possuem cavernas no Brasil – e é partindo da premissa de que o conhecer estimula o preservar. O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), em parceria com o governo estadual e com os municípios de Apodi, Baraúna, Felipe Guerra, Martins e Mossoró desenvolveu a Rota das CaveRNas, que reúne patrimônios espeleológicos e arqueológicos em um roteiro regional integrável aos demais atrativos já existentes na região.

Lajedo de Soledade – Apodi (RN) – Foto: Diego Bento

A inauguração do uso turístico da caverna Furna Nova, no Parque Nacional (Parna) da Furna Feia, foi o ponto de partida para um roteiro que promete potencializar o espeleoturismo no Rio Grande do Norte. 

Para que o fomento ao espeleoturismo potiguar fosse colocado em prática, de forma ordenada e respeitando a legislação ambiental, o ICMBio/Cecav reuniu pesquisas já realizadas em algumas cavernas da região e buscou parceiros, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal de Lavras (UFLA) para viabilizar a realização de estudos faltantes.

O roteiro conta ainda com o principal sítio arqueológico do estado, o Lajedo de Soledade, em Apodi, que já possui estrutura de visitação consolidada, e também com a caverna Casa de Pedra, no município de Martins, que está no recém-criado Monumento Natural (Mona) Estadual Cavernas de Martins, gerido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte.

Assim, a Rota das CaveRNas constitui um roteiro com quatro cavernas e um sítio arqueológico devidamente legalizados para uso turístico e isso é um grande diferencial em relação às demais áreas com turismo espeleológico no Brasil. Estão sendo concluídos os estudos para liberação do uso turístico em outras duas cavernas, a Furna Feia (no Parna da Furna Feia) e a Caverna da Carrapateira (em Felipe Guerra), que provavelmente serão inseridas no roteiro em 2026.

Caverna Furna Nova – Parque Nacional da Furna Feia (RN) – Foto: Daniel Menin

Segundo o analista ambiental e chefe da base do ICMBio/Cecav no Rio Grande do Norte, Diego Bento “o turismo ecológico, se bem planejado e manejado, é uma das principais atividades econômicas realmente sustentáveis, com um papel fundamental na conscientização ambiental da população. Isso é particularmente válido para o espeleoturismo, pois as cavernas são ambientes naturais ao mesmo tempo fascinantes e desconhecidas, que podem ser profundamente impactadas devido ao turismo desordenado, mas também têm um potencial enorme para despertar a curiosidade, o encantamento e o interesse em conservar”.

Durante o evento que inaugurou o roteiro turístico no município de Baraúna, a prefeita, Divanize Oliveira, destacou o protagonismo da unidade de conservação potiguar recém-aberta para visitação: “o ecoturismo gerado pelo Parque Nacional da Furna Feia traz benefícios diretos a restaurantes pousadas, guias turísticos, artesãos e todos que ganham com a chegada de visitantes. Além disso, o parque também atrai investimentos para as infraestruturas das rodovias, tornando a unidade de conservação ainda mais acessível. Esse lugar guarda a Caatinga que é tão nossa. Tão nordestina e tão resiliente, protege sítios arqueológicos que contam a história de milhares de anos e, ao mesmo tempo, olha para o futuro, gerando oportunidades para as próximas gerações”.


O lançamento oficial da Rota das CaveRNas foi realizado entre os dias 6 e 10 de agosto, durante uma série de eventos nos cinco municípios parceiros, onde aconteceu também o lançamento local do livro CaveRNas: o carste potiguar e do cordel ilustrado CaveRNas, ambos publicados pelo ICMBio/Cecav e que integram a estratégia de divulgação do conhecimento, conscientização, valorização e uso sustentável do patrimônio espeleológico potiguar. Você pode baixar as versões digitais das publicações aqui.

Texto por agência com edição de Isadora Lacerda.

Claudio Lacerda Oliva

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