Sétima edição do Canoada Xingu convida turistas a viver uma experiência única de turismo comunitário na Amazônia

Liderada pelo povo Juruna/Yudjá, expedição a remo pela Volta Grande do Xingu propõe um “Detox COP30” — uma imersão real nas transformações e soluções amazônicas

Marcelo Soubhia / ISA 2018

Entre os dias 22 e 27 de novembro de 2025, a Canoada Xingu realiza sua sétima edição, convidando viajantes de todo o Brasil e do mundo a remar 110 km pelas águas do Rio Xingu, na Volta Grande, território que concentra alguns dos maiores desafios socioambientais do país — e também inúmeras soluções locais para enfrentá-los. 

Liderada pelo povo Juruna/Yudjá, canoeiros ancestrais da região, e realizada em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Mazô Maná, com apoio do Fundo Amazônia e da Amazon Watch, a expedição é mais do que uma viagem: é uma imersão em uma Amazônia real, viva e pulsante, onde as discussões da COP30 — adaptação às mudanças climáticas, desmatamento, fogo, grandes obras e justiça socioambiental — deixam o campo dos debates e ganham corpo, voz e paisagem.

A experiência tem início em Altamira (PA), cidade que sintetiza as contradições amazônicas: é, ao mesmo tempo, o município que mais emite gases de efeito estufa no Brasil e um dos campeões de desmatamento, mas também um território que abriga um mosaico de Terras Indígenas e Unidades de Conservação e que vem revelando iniciativas inovadoras de conservação e turismo comunitário.

Nessa travessia, o visitante vivencia um verdadeiro “Detox COP30”: uma pausa dos discursos para experimentar, na prática, o que está em jogo no futuro da floresta e do clima. A cada remada, o viajante testemunha as cicatrizes deixadas por Belo Monte, conhece as ameaças de novos megaprojetos, como a mineradora Belo Sun, e se conecta com as histórias de resistência e reinvenção de um povo que transformou o turismo em ferramenta de luta e de esperança.

Criada em 2014 como um ato de resistência frente aos impactos da Usina de Belo Monte, a Canoada transformou-se em uma experiência de reconexão com o território, aliando a valorização cultural e a geração de renda sustentável à defesa do rio e da floresta. Hoje, representa um exemplo inspirador de turismo de base comunitária que mobiliza a comunidade, fortalece a identidade Juruna/Yudjá e contribui para a proteção da Amazônia.

A jornada

A expedição parte de Altamira, município que lidera as emissões de gases de efeito estufa no Brasil, e segue em direção à Terra Indígena Paquiçamba, lar do povo Juruna/Yudjá. Ao longo do percurso, os viajantes remam em canoas tradicionais de madeira, guiados por indígenas experientes, e vivenciam momentos de imersão na natureza, cultura e espiritualidade do Xingu.

Marcelo Soubhia / ISA 2018

Durante os sete dias, os participantes visitam aldeias e lugares sagrados, como a cachoeira do Jericoá, símbolo do surgimento do mundo na mitologia Juruna/Yudjá, e conhecem de perto as marcas deixadas por Belo Monte e as ameaças de novos empreendimentos, como o projeto de mineração da Belo Sun.

As noites são passadas em barracas ou redes nas praias do rio, e as refeições, preparadas coletivamente, refletem a gastronomia e os saberes locais. A programação inclui rodas de conversa, trilhas, mergulhos e apresentações culturais, promovendo uma imersão transformadora na realidade e na resistência amazônica. 

O povo Juruna/Yudjá

Conhecidos como os canoeiros do Xingu, os Juruna/Yudjá habitam há séculos as ilhas e penínsulas da Volta Grande do Xingu. Após um período de dispersão forçada no início do século XX, o povo se reorganizou em dois grupos — um na Terra Indígena Paquiçamba (PA) e outro no Território Indígena do Xingu (MT) — que hoje retomam o contato por meio de intercâmbios culturais e iniciativas como a Canoada.

Remar junto aos Juruna/Yudjá é participar de uma história viva de resistência, que reafirma o vínculo com o rio, a floresta e a ancestralidade. 

Informações e reservas

Período: 22 a 27 de novembro de 2025

Percurso: 110 km a remo pela Volta Grande do Xingu (PA)

Pacote individual: R$ 9.900,00

Inclui hospedagem em Altamira, deslocamentos locais, refeições, guias indígenas, canoas e equipamentos de segurança, equipe médica e registros audiovisuais.
Não inclui passagens aéreas, barracas, redes, mosquiteiros e itens pessoais.

 Reservas e informações: WhatsApp +55 93 99129-2846

Texto por agência com edição de Rebeca Dias

Claudio Lacerda Oliva

Posts Recentes

Monte Verde anuncia programação do Natal nas Montanhas com grandes atrações musicais

Monte Verde. Crédito: Demétrio Cesar Xavier Monte Verde, distrito de Camanducaia, em Minas Gerais, vai…

57 minutos atrás

Pousada Villa dos Leais anuncia tarifas especiais para novembro e dezembro em Serra Negra

Divulgação A partir de 14 de novembro, Serra Negra se transforma em um verdadeiro cenário…

2 horas atrás

Papai Noel chega à Terra Mágica Florybal, na Serra Gaúcha, com espetáculo inédito

Temporada natalina na atração inicia, dia 9 de novembro em Canela, com a celebração inédita…

2 horas atrás

Aproveite os feriados de novembro com diversão e descanso no Castelo Park Aquático

Entre os meses de novembro e dezembro, o calor constante somado à temporada de primavera-verão,…

2 horas atrás

Confira a programação especial do MASP no Mês da Consciência Negra

Em novembro, a programação de discotecagem traz a artista Pathy DeJesus e atividades livres para…

3 horas atrás

Natal com descanso e aventura para toda a família em Brotas

Monitoria de lazer, ceia, atividades temáticas e chegada do Papai Noel para entrega dos presentes…

1 dia atrás