Os Imigrantes Suíços de Indaiatuba

Os Suíços de Indaiatuba

Foi em 1854, provenientes do Cantão de Odwalden, que 26 famílias totalizando 150 suíços desembarcaram no Brasil com destino à fazenda Sítio Grande, em Jundiaí. Saíram de seu país devido à guerra civil de Sonderbund, em 1847, entre os cantões conservadores católicos e os liberais protestantes. Navegaram de Hamburgo a Santos em uma viagem que demorou 73 dias.

Nesse meio tempo morreram 35 imigrantes. Já no Brasil, os suíços foram diretamente para a lavoura do café em um sistema de parceria em que os colonos tinham sido contratados ainda na Suíça. Como adiantamento de seus proventos, o governo pagava a passagem, o transporte até a fazenda e seu sustento até obterem resultados de seu trabalho, quando teriam de pagar 6% de juros do valor do “empréstimo”.

Para cada família era dada uma quantidade de cafeeiros e terras para cultivar, colher e beneficiar. Do resultado da colheita, metade ficava com o fazendeiro e outra com os colonos. No conjunto de fazendas chamado Sítio Grande, cujo dono era Antônio de Queiroz Telles, o Barão de Jundiaí, diferentemente da maioria das outras fazendas, era bom e fluía bem o relacionamento entre dono e colonos, segundo depoimentos dos antigos e seus descendentes.

Outros suíços chegaram, mas somente após 1881, e a maioria era parentes dos pioneiros, cuja situação já estava estabelecida e as dívidas, quitadas. Alguns haviam conquistado prestígio dentro da fazenda e outros também já estavam com seus próprios sítios.

Colônia Helvetia em Indaiatuba

Quatro famílias adquiriram uma fazenda que é, até hoje, a Colônia Helvetia logo de início. Essa fazenda foi dividida entra as quatro famílias e no seu centro uma área foi reservada para uso comum no atendimento a suas necessidades, como ponto de reunião. Com forte senso religioso e a consciência de que somente pelo estudo eles e seus descendentes poderiam prosperar, neste local construíram uma sala de aula e uma igreja. A organização da colônia foi um ponto crucial para que seus filhos se sobressaíssem
na área das ciências. Desde a construção da escola a Colônia teve 0% de analfabetismo. Essa coesão de ideias perdura até hoje, em torno do lema fundamental, cultivado pelos que sucederam os pioneiros, quanto à maneira de lidar com as novidades que fossem surgindo: “Servir, aprender e depois avançar”. Com isso, a integridade da colônia é mantida até os dias atuais em Indaiatuba.

Escola São Nicolau de Flües

A necessidade de uma escola no Sítio Grande era imensa, pois os filhos da primeira leva de imigrantes suíços não tinham escola, então aprendiam de forma rudimentar a, pelo menos, assinar o próprio nome. Os primeiros responsáveis já na Colônia Helvetia pelo ensino foram João Deschwanden (1893–1897), Max Landmann (1898–1901), e José Francisco Bannwart (1902– 1904). Hoje, a escola está com o poder público, porém a Sociedade Helvetia contribui com um curso regular de língua alemã; há também o
Clube de Jazz, o canto e a dança folclórica, o artesanato, as comemorações das datas cívicas, as festas populares e o Clube Esportivo Bandeirantes.

O legado – Colônia Helvetia

“Helvetia é uma Colônia fundada em 1888. A fundação de Helvetia se deu com a compra do Sítio Capivari Mirim por parte das famílias Ambiel, Amstalden, Bannwart e Wolf. O sítio possuía 463 alqueires e a população inicial era de 34 pessoas. Graças a essas iniciativas (visão), e sua organização é que a Colônia prosperou e conseguiu unir mais 20 famílias. Os helvetianos têm particular respeito por seu patrimônio histórico, cultural e religioso. Procuram preservar as tradições do país de origem através
da música, da dança, do canto yodel e da culinária suíça, que podem ser apreciados anualmente por
ocasião da Festa da Tradição.” Fonte:www.helvetia.org.br

Fundadores da Colônia Helvetia:
1854 – Pedro José Wolf / Maria Langensand (primeira núpcias) | Antonia Strabello (segunda núpcias)
1881 – José Ambiel / Ana Maria Schäli
1881 – Francisco José Bannwart / Carolina Schäli
1891 – Benedicto Amstalden / Francisca Zumstein (primeiras núpcias)| Josefa Ambiel (segundas núpcias)

Marcio Alves

Posts Recentes

Varginha lança plano para transformar região em potência turística

Varginha prepara Plano de Desenvolvimento Regional do Turismo com apoio da Secretaria de Estado de…

21 horas atrás

Origem Patacho: novo refúgio para adultos alia sofisticação, natureza e design autoral em Alagoas

Divulgação Um hotel intimista, atemporal e profundamente conectado à natureza é a nova promessa da…

1 dia atrás

Novo voo entre Bogotá e Belém amplia conectividade e reforça fluxo turístico internacional no norte brasileiro

Crédito: Fabio Augusto Valencia via Unsplash Cidade-sede da COP30, que será realizada em novembro deste…

2 dias atrás

Observação de Baleias: Turismo Responsável movimenta a economia e protege fauna marinha brasileira

Foto por: Todd Cravens via Unsplash Todos os anos, entre julho e novembro, o litoral…

2 dias atrás

Menos filas, mais charme: descubra Serra Negra em agosto

Foto: Gerson Cordeiro / Videograph A charmosa Serra Negra, encravada nas montanhas da Serra da…

2 dias atrás

Paraíba lança rota que integra religiosidade e desenvolvimento local

Bananeiras, Areia e Solânea compõem o primeiro roteiro religioso da Paraíba com estruturação do SEBRAE…

2 dias atrás