Lendas de Santos

A Pedra da Feiticeira

Lá pelos idos de 1850, vivia pelas bandas da rua 7 de Setembro, esquina com a av. Senador Feijó, uma velha que a população chamava de feiticeira ou bruxa. Ela vivia solitariamente e só saía à noite, sempre suja e rota, e ninguém ousava falar com ela. Supunham que era uma mulher envolvida com um militar do Sul. Infelizmente, o tal soldado foi embora e a deixou solteira e com filhos, que ela abandonou.

Isso para a época era um disparate. Diziam que ela subia em uma pedra e lá do alto, vestida com uma suja bata de algodão e com um chapéu de palha na cabeça, saltava sobre o fogo e, gargalhando, falava palavras incompreensíveis e espalhava água e cinzas sobre as labaredas. Viveu o seu próprio exílio e foi encontrada em um buraco que recebeu o nome de “Buraco da Velha”, onde seu corpo se achava em alto grau de decomposição.

 

Moleques

Pelas tubulações de água do Monte Serrat, a molecada que morava ali descobriu que, ao falarem, suas vozes chegavam pelos tubos nas saídas das bicas que ali existiam. Com essa descoberta, assustavam inúmeras mulheres que vinham pegar água e a essas vozes atribuíam como “milagres”. Sabendo do poder que tinham nas mãos, as crianças começaram a pedir oferendas, como guaraná, entre outras coisas. Mas susto mesmo eles davam no apagador de lampiões que, ao escutar uma conversa dos meninos sobre um filme a que tinham assistido, que dizia “Foge Cristo, que lá vem o Diabo com a lança”, o pobre coitado do apagador ficava a lutar com a assombração, dando várias pancadas no ar e também em muros. Moleques…

 

A verdadeira proteção

Graças a Nossa de Monte Serrat é que, em 1614, quando os moradores de Santos foram atacados por invasores, estes subiram o monte de mesmo nome à procura de abrigo e, quando os invasores ali subiram, uma avalanche de pedras os fez sucumbir e os que restaram vivos fugiram. Foi nesse ataque que atribuíram o primeiro milagre à Santa que se tornou padroeira da cidade.

 

O Rato que virou sobrenome

Francisco José Ribeiro era proprietário de uma importante casa comercial de secos e molhados que ficava na rua Setentrional, no Beco do Arsenal, hoje Praça da República. Esse estabelecimento tinha um grave problema com roedores de todos os tamanhos e formas. A infestação era tamanha que o local foi apelidado de “Armazém do Rato”. Seu Francisco, então conhecido como Sr. Rato, não se fez de rogado. Por meios legais, acrescentou “Rato” ao seu sobrenome e passou a se chamar Francisco José Ribeiro Rato. Rato deixou vários descendentes com esse nome e veio a falecer em 1854.

 

O Fantasma do Paquetá

Falar de fantasmas em cemitério é coisa comum, mas falar que, neste caso, a polícia teve a incumbência de prender um, isso já é outra história. Pois foi o que aconteceu com o caso do Fantasma do Paquetá! As pessoas o viam na entrada principal do campo santo. Diziam que era uma jovem que levava consigo um lenço com o qual secava os olhos marejados e cobertos por um véu; depois o jogava na porta do cemitério e sumia. As queixas de sustos e medos foram tantas que o então major Evangelista de Almeida, em 1900, enviou um pelotão de praças da cavalaria prender a tal aparição, mas os curiosos que invadiram o local foram brutalmente afastados à base de chicote. Esse caso foi noticiado e alvo de recriminações pela imprensa local e também pela população. Ah! O fantasma sumiu.

 

Imposto do quê?

“Era um tributo absurdo que onerava a situação econômico-financeira do comércio da época, nem sempre folgada. Havia a famosa Ponte do Consulado, onde atracavam embarcações nacionais e estrangeiras; ficava pelas imediações do Largo do Gusmão. Era velha e caiu de podre. Durante muito tempo, a Recebedoria de Rendas cobrava o imposto decorrente da utilização dessa ponte, de que não havia o mais leve vestígio, demolida como coisa inútil ou monstrengo.” A diretoria da Associação Comercial de Santos, segundo Olao, “em 1892, na gestão do Dr. Antônio Carlos da Silva Teles, representou ao governo do Estado pleiteando a revogação da lei que criara o tal imposto, atendendo aos reclamos do comércio. Até o fim da administração daquela diretoria, o governo não havia respondido à Associação. Como se vê, pagava-se um imposto sobre um serviço que não existia!”

Fonte: Almanaque de Santos, 1971 – Olao Rodrigues

 

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