Ciclo de Cinema em Campinas

A primeira exibição de um filme no Brasil ocorreu em 1896, no Rio de Janeiro, pelo exibidor belga itinerante, Henri Paillie.

Em 19 de junho de 1898, foi feito o primeiro filme nacional, Uma Vista da Baía de Guanabara, data que é considerada o Dia do Cinema Brasileiro. Campinas entra nesse segmento a partir do século XX, quando os filmes ainda eram exibidos nas ruas.

Porém dada a ampla repercussão dos filmes entre os campineiros, logo o Teatro Carlos Gomes passou a abrigar exibições da Sétima Arte, esse fenômeno transformador da cultura e motor de aproximação do mundo exterior.

E mais uma forma de expressão artística abraçou os campineiros que entraram a fundo na Sétima Arte. O filme mudo “João da Mata”, de 1923, dirigido por Amilar Alves, é considerado o primeiro longa-metragem brasileiro que conquistou São Paulo e Rio de Janeiro com excelente retorno. Autor de muitas peças teatrais, Amilar conseguiu em “João da Mata” a expressão pura das agruras do homem do campo da época.

Outras produções

Com o sucesso, outras produções vieram a seguir e, com isso, Campinas recebe o epíteto de “Hollywood Brasileira”. Produtores vinham aqui para realizar seus sonhos, criaram-se escolas como a Escola Cinematográfica Campineira de Felipe Ricci e Tomás de Túlio com o diretor Eugênio Kerrigan que dirigiu o mudo “Sofrer para Gozar”, de 1923, “A Carne”, de 1925 e “Mocidade Louca”, de 1927, eram os famosos “posados”, como era na época os filmes de ficção. Podemos citar também o “Segredo do Corcunda”, de 1924, de Alberto Traversa. Já Alfredo Roberto Alves, filho de Amilar, em 1954, cria a Cine Produtora Campineira e se destacou com os filmes “Fernão Dias” (primeiro longa sonoro) e “Os Falsários”.

Salas de Cinema

O amor a arte cinematográfica campineira também foi marcada pela quantidade de salas espalhadas por toda a cidade:

  • Teatro São Carlos (1850);
  • Casa Livro Azul (1876);
  • Rink Campineiro (1878);
  • Cine Bijou (1909);
  • Cine Recreio, que se tornaria o Éden Variedades e posteriormente o Cine Radium (1909);
  • Cine do Externato São João (1909);
  • Cinema Salão Caritas (1910);
  • Cine Coliseu (1916);
  • Cine São Carlos, o primeiro sonorizado (1924);
  • Cine República, cujo filme de estreia foi Mocidade Louca, de Felipe Ricci, uma produção campineira (1926);
  • Cine Carlos Gomes (1947);
  • Cine Voga (1941);
  • Cine Jequitibá (1969) e o Cine Volta;
  • Cine Santo Antônio, fundado por Henrique de Oliveira Júnior (1939);
  • Cine Santa Maria (1949);
  • Cine Rádio (1950);
  • Cine Windsor, com seu saguão em mármore e carpete vermelho, um dos mais concorridos (na década de 1950);
  • Cine Real, que iniciou suas atividades com o filme Coração de Mãe (1953);
  • Cine Rex, que estreou com com Duas Garotas e um Marujo (1953);
  • Cine Casablanca, cujo filme de estreia foi A Serpente do Nilo (1953);
  • Cine São Jorge (1954);
  • Ouro Verde, em um edifício faraônico (1955);
  • Cine Regente (na década de 1950);
  • Cine Bristol (na década de 1950);
  • Cine São José, com o filme Uma Americana na Itália (1958);
  • Cine Paradiso (1983);
  • Centro Cultural Evolução (2000) e
  • Espaço Cultural Casa do Lago, que ainda apresenta eventualmente algumas sessões em um espaço com 72 lugares (2002).

Nova fase

Com o fechamento do Cine Paradiso, foi virada mais uma página histórica da cidade, cujo glamour cedeu espaço para a definitiva modernidade com salas em shoppings. O ato de ir ao cinema perdeu muito do seu charme, principalmente com a chegada da televisão e mais tarde com o videocassete e o DVD. Hoje, temos produções para grandes multidões enchendo as salas de cinema, mas como um passeio trivial, não como um grande espetáculo, ansiosamente aguardado.

O que fica desse período é o grande número de locais e a grande plateia existente em uma cidade do interior. Isso é uma mostra da valorização cultural que Campinas sempre enfatizou e que ficou registrada em depoimentos saudosos da charmosa era dos Cinemas de Rua campineiros.

Para saber mais: cidade de Campinas

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