Alambiques na Serra da Mantiqueira

Um pouco de história…

Desde os primeiros anos da colonização, a cana-de-açúcar foi o grande impulsionador da economia não extrativa do país na época colonial.  O objetivo do cultivo era exportar o açúcar à Europa.

Para obtê-lo, a cana era esmagada até produzir um caldo que, depois de filtrado, era fervido outra vez com grande redução de água até a formação de uma massa sólida chamada melaço. O melaço era deixado para secar em formas de barro com furos de drenagem. Voltando ao início do processo, a espuma que subia do caldo na primeira fervura era descartada e dada aos animais (cachaza = borra
ou cachaço = porco).

No momento da segunda fervura, a espuma, após a fermentação, era tomada pelos escravos. Com o tempo, o caldo produzido após a fermentação também recebeu o nome de cachaça – que era dada aos escravos e a pessoas mais pobres. Mas os efeitos da bebida eram tão inebriantes que chegou até a ser moeda de troca na compra de escravos na África.

Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, o consumo da cachaça aumentou muito e um dos motivos para tanto foram as baixas temperaturas da Serra da Mantiqueira.  Com isso, o foco da produção em alguns engenhos mudou, e a cachaça galgou o mesmo patamar de importância que o açúcar.

Em 1635, a Coroa Portuguesa proibiu a produção da cachaça alegando que ela trazia problemas aos garimpeiros e também prejudicava o comércio da bagaceira portuguesa (bagaceira é uma aguardente feita do vinho português), porém, como a lei “não pegou”, a Coroa resolveu taxar em vez de proibir. Com essa taxação, Portugal recolheu enormes somas de dinheiro, e a cachaça se tornou um dos produtos mais interessantes da Colônia. Mesmo sendo um grande negócio, os alambiques demoraram muito para emplacar o consumo da cachaça nas camadas sociais mais abastadas. Com a melhora das técnicas de produção, gradativamente a cachaça foi encontrando lugar de destaque em casas comerciais e nas altas rodas.

Hoje, a “branquinha” é vendida no mundo inteiro, saboreada por todos e consumida sem preconceitos. Ganhou definitivamente o status merecido por sua qualidade e autenticidade.

Nas cidades da Serra da Mantiqueira, encontramos alguns alambiques que fazem cachaças triunfais quanto ao sabor e à qualidade.

Algumas delas:

EXTREMA
– Empyreo Destilaria
Aberta de terça a domingo das 9h às 18h – Estr. do Salto, km 7,5.

GONÇALVES
– Alambique Três Barras
Aberto de segunda a domingo das 8h às 17h – Rod. MG-173 km 3,9.

MONTE VERDE
– Cachaçaria das Gerais
Aberto diariamente das 11h às 22h – Av. Monte Verde, 743 lj. 25.

PENEDO
– Estação Capelinha
Aberta diariamente, exceto às quartas-feiras, das 9h às 18h e sábado e domingo das 9h às 20h – Estr. Penedo/Mauá, km 14.

PINDAMONHANGABA
– Cachaça Sapucaia
Aberta de segunda a sexta das 10h às 17h – Estr. João Marcondes dos Santos, km 3.

SANTO ANTÔNIO DO PINHAL
– A Bodega
Aberta aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16h – Estr. do Machadinho, km 5.

Para saber mais sobre as cidades da Serra da Mantiqueira, clique aqui!

 

Marcio Alves

Posts Recentes

O Halloween no Wet’n Wild  

Com início na próxima sexta-feira (31/10) e durante o final de semana (01/11 e 02/11),…

37 minutos atrás

Exposição que reúne HQ, arte contemporânea e viola estreia sábado (01/11)

Abertura será no sábado (01/11), às 14h, na biblioteca municipal da cidade com apresentação musical…

4 horas atrás

Veja onde se hospedar durante o fim de semana da Fórmula 1 na capital paulista

A emoção da velocidade está prestes a tomar conta de São Paulo. Entre os dias…

22 horas atrás

Na Serra Gaúcha, Casa di Pasto Salton apresenta novo menu com cozinha contemporânea e inspiração mediterrânea-oriental

Nova experiência enogastronômica estreia em novembro e combina identidade e inovação com sazonalidade Foto por…

23 horas atrás

Novo refúgio de luxo em Alagoas: conheça o Origem Patacho Design Hotel

Com arquitetura que se funde à natureza e serviços personalizados, o hotel oferece uma imersão…

23 horas atrás

Festival Nosso Futuro Brasil-França chega em Salvador unindo África, França e Brasil

Com o "Fórum Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África - Nossos Lugares em Partilha" no…

24 horas atrás