José Bento Monteiro Lobato

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O escritor

José Bento Monteiro Lobato nasceu em 1882 na cidade de Taubaté. Foi advogado e promotor. Com a morte do Visconde de Tremembé, seu avô, em 1911, recebeu de herança a fazenda Buquira na atual cidade de Monteiro Lobato, quando resolveu se tornar fazendeiro.

Porém, desde tenra idade, sempre se dedicou à arte de escrever. Apesar de seu estilo literário mais conhecido ter sido voltado para o público infantil, Lobato foi um dos escritores críticos mais acalorados do país. Controverso em seu estilo, com verdades ditas sem hipocrisia, criou discípulos, mas também adversários. Uma de suas primeiras críticas foi uma carta ao leitor sobre a grande problemática das queimadas, publicada no jornal O Estado de São Paulo.

Com o sucesso obtido com essa publicação, animou-se e escreveu Urupês, cujo personagem central era Jeca Tatu, uma versão caricata do caipira. Fez críticas severas à exposição de Anita Malfatti em Paranoia ou mistificação, e com isso ganhou uma legião de inimigos. Hoje sabe-se que, na realidade, Monteiro Lobato criticava o colonialismo ditado pelos europeus, fosse nas artes, na política ou na vida social.

Sempre atento a novidades, Lobato montou a editora Monteiro Lobato & Cia., mais tarde Companhia Editora Nacional, e revolucionou o mundo editorial do Brasil. Com viagens feitas aos Estados Unidos e com incentivo de Júlio Prestes, Monteiro começou sua busca por petróleo em terras paulistas fundando as companhias Petróleo Nacional, Petrolífera Brasileira, Petróleo Cruzeiro do Sul e Mato-grossense de Petróleo. Sua busca pelo ouro negro desagradou os interesses de muitos, pois em 1936 publicou o livro O escândalo do petróleo, onde apresenta o governo brasileiro como o maior obstáculo às perfurações.

Essa foi outra enorme polêmica que levou o presidente Getúlio Vargas a mandar recolher todos os exemplares da obra. Como Lobato insistisse, com críticas ainda mais severas ao governo federal, o escritor acabou ficando preso até 1941.

Apesar do interesse no petróleo e de suas peripécias políticas, Lobato nunca deixou de escrever e era com a literatura que conseguia se financiar. Ele provou que era um ícone do sentimento brasileiro, lutando com todas as armas que tinha à mão contra os desmandos dos governantes nacionais.

Se hoje as crianças têm conhecimento de nosso folclore, foi graças ao amor intenso pela cultura popular e pelos mitos brasileiros que Monteiro Lobato soube infundir como poucos na imaginação de todos nós. Faleceu 4 de julho de 1948.

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Obra infantil:

1920 – A menina do narizinho arrebitado; 1921– Fábulas de Narizinho; Narizinho arrebitado; O Saci;

1922 – O marquês de Rabicó; Fábulas;

1924 – A caçada da onça; Jeca Tatuzinho; O noivado de Narizinho; 1927 – As aventuras de Hans Staden;

1928 –Aventuras do príncipe; O gato Félix; A cara de coruja;

1929 – O irmão de Pinóquio; O circo de cavalinhos; 1930 – A pena de papagaio; Peter Pan;

1931 – O pó de pirlimpimpim; Reinações de Narizinho;

1932 – Viagem ao céu; 1933 – Novas reinações de Narizinho; Caçadas de Pedrinho; História do mundo para as crianças;

1934 – Emília no país da gramática;

1935– Aritmética da Emília; Geografia de Dona Benta; História das invenções; 1936 – Dom Quixote das crianças;

1936 – Memórias da Emília;

1937 – Serões de Dona Benta; O poço do Visconde; Histórias da Tia Anastácia;

1938 – O museu da Emília;

1939 – O pica-pau amarelo; O minotauro;

1941 – A reforma da natureza;

1942 – A chave do tamanho;

1944 – Os doze trabalhos de Hércules;

1947 – Histórias diversas. Adaptações e traduções: Contos de Grimm, Novos contos de Grimm, Contos de Andersen, Novos contos de Andersen, Alice no país das maravilhas, Alice no país dos espelhos, Robinson Crusoé, Contos de Fadas, Robin Hood.

Obras para adultos:

1918 – O saci-pererê: resultado de um inquérito; Urupês; Problema vital;

1919 – Cidades mortas; Ideias do Jeca Tatu;

1920 – Negrinha;

1921 – A onda verde;

1923 – O macaco que se fez homem; Mundo da lua; Contos escolhidos;

1924 – O garimpeiro do Rio das Garças;

1926 – O presidente negro/O choque das Raças;

1927 – Mr. Slang e o Brasil;

1931 – Ferro;

1932 – América;

1933 – Na antevéspera;

1935 – Contos leves;

1936 – O escândalo do petróleo;

1940 – Contos pesados;

1941 – O espanto das gentes;

1943 – Urupês, outros contos e coisas;

1944 – A barca de Gleyre;

1947 – Zé Brasil; Prefácios e entrevistas;

1948 – Literatura do minarete; Cartas escolhidas, Críticas e outras notas; Cartas de amor.

 

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