A cruz perdida de Bragança Paulista

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A cruz perdida de Bragança Paulista

Por José Roberto Vasconcellos

A cruz de granito é obra de um negro escravo que a ofertou à Matriz de Bragança entre os anos de 1837 e 1881 (não existe comprovação oficial da data). O escravo era serviçal do Cel. Luiz Leme, que não teve nenhuma participação de mando sobre o ato realizado. Assim se comprova pelo Livro do Tombo da Paróquia.

A devoção dos negros por Nossa Senhora, em especial, invocada sob os nomes de N. Sra. da Conceição e N. Sra. do Rosário, é um dos fatos mais tocantes de nossa história social. Quando da demolição da antiga Igreja Matriz, já Catedral (janeiro de 1965), a cruz foi retirada intacta de seu pedestal.  Em seguida, entregue à guarda da Prefeitura Municipal. Anos mais tarde, 1986-1988, estava ela depositada no galpão existente nos fundos do Museu Municipal. Daquele lugar a cruz foi tirada, não se sabe quando, como, por quem, ou em que horário e levada para um antiquário.

Segundo carta do diretor do Museu de Uberaba, a cruz foi comprada em um leilão pelo Diretor do MASP – Museu de Arte de São Paulo, que a vendeu a terceiro, que a repassou ao Museu de Arte Sacra que se organizava na cidade de Uberaba. Esse museu foi inaugurado em 1987. Naquela cidade a cruz foi vista pelo médico Dr. Otto Resende da Cunha Júnior, uberabense, residente em nossa cidade e que, num congresso de médicos, levou seus colegas bragantinos a conhecer a cruz que era tida pela mantenedora daquele museu como marco fundamental da cidade de Bragança Paulista. Os mantenedores daquele museu nada sabiam sobre a origem histórica da cruz de pedra, que pertencia à paróquia-mãe bragantina. Depois de grande mobilização por parte dos bragantinos, realizou-se a transação com o Museu de Arte Sacra, resgatando a relíquia pertencente à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Catedral de Bragança Paulista.

 

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